segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

IVANHOÉ E SUAS QUATRO AVÓS

“IVANHOÉ E SUAS QUATRO AVÓS”



AUTOR: JOSÉ AIRAM
TEATRO INFANTIL


REALIZAÇÃO: JOSÉ AIRAM
MÚSICA E LITERATURA


IVANHOÉ E SUAS QUATROS AVÓS

Cenário 1: Na nascente manhã, sentada em frente ao seu casebre de barro coberto de palha (morada, á moda indígena, característica do povo do interior da Amazônia), exatamente aos pés de uma louça de arvore de açaí, Dona Eufrosina Mulher de alma pura, mas infelizmente castiga pela vida e pelo sol abrasador de roça – olhava para o horizonte, chorando inconsolável por dentro, porque Ivanhoé – seu único neto de apenas oito anos – decidira ir busca de um futuro melhor para os dois.


E é justamente Ivanhoé que surge por detrás das arvore de açaí – sem camisa e só de shortinho – já com o peixe para o almoço nas mãos, tentado consolar a avó Fle explica (brilhantemente para o garoto de sua idade, analfabeto tão somente pelas circunstancias da vida): “Vó, eu vou atrás da minha outra avó, ela deve ter mais comida pra gente comer” dona eufrosina responde: “ Meu filho, você é muito pixixito para ir sozinho e ela nem sabe que você existe. Seu pai abandonou a sua mãe, que deus a tenha! Antes de você nascer” Ivanhoé continua: “ Ah!vó, eu tenho coragem, eu sou homem”. Dona Josefa quase chorando. “ Eu sei, tesouro na vida, já que perdir sua mãe quando você nasceu”. Ivanhoé: “Vó, não chore vó”. Eu vou com a vizinha Odete, que falou que conhece a minha outra Vó e o meu primo Josiel que tem a cabeça grande”. Dona Eufrosina da um leve sorriso, abraça o neto e diz: “ então vá filho e que Jesus seja o teu guia” em seguida – já com os raios de sol penetrando mais fortes pelas palmas dos açaizeiros – dona eufrosina se levanta, amarra a cabeça com um lenço (para começar um novo dia de trabalho), e sai cantarolando, a musica “ Jesus Cristo”, de Roberto e Éramos Carlos acompanhada, no vocal, por Ivanhoé. Os dois saem abraçados rumo a casebre. Fecha - se a cortina.

Canário 2 : Num quarto simples, porem limpinho. Jeitozinho com moveis de madeira comum, bonitinhos e as quatro paredes pintadas nas cores verde, amarelo,azul e branco, aparece Ivanhoé vestido como um mini Pedro Álvares Cabral descobrindo o Brasil no inicio do terceiro milênio. Acontece que é mês de junho, num ano de copa do mundo (daí as cores das paredes do quarto), e Ivanhoé e este assim vestido garbosamente porque foi aprovado para integrar a quadrilha junina “Pedrinhos, Joãozinhos e Tonicos na roças”, justamente com o seu primo josiel, o cabeção, que alias, é apenas dois anos mais velho do que ele.

Mal Ivanhoé acaba de se olhar no espelho, adentram no quarto sua avó Josefa, uma charmosa mulata de meia-idade, com o vestido cheio de balangamdas – que além de dona de um concorrido carro de cachorro quente, é também uma das principais colaboradoras da Pedrinhos, Joãozinhos e Tonicos na Roça” -, seu primo josiel, fantasiado de dom Pedro I, e seu Raimundo, (atual companheiro de dona Josefa), de tênis preto, calção branco e camisa de algodão azul (ou seja: as cores do 2° uniforme da seleção brasileira), escutando um jogo do Brasil no radio de pilha colocado ao ouvido.
Findo o jogo, Raimundo comemora a vitória da seleção, do jeito que pele fazia, ou seja, pulando e dando socos no ar.

A comemoração de Raimundo é interrompida, quando Dona Josefa diz: “Raimundo, senta aqui. O Ivanhoé quer saber mais sobre o descobrimento do Brasil. Explica pra ele que ele tu sabes”. E Raimundo responde: “Josefa, essas coisas que Pedro Álvares Cabral, D. Pedro I e seus compatriotas fizeram pelo Brasil, Ivanhoé logo vai saber na escola, como o josiel já sabe. Agora o que eles precisam conhecer são os coisas que outros bons estrangeiros deixaram por aqui.
“Afinal, recordar é viver, já diz o velho ditado”. Raimundo então coloca uma fita cassete no radio gravador e conclui antes de apertar a tecla: “ o passado, não é nega?, é formado de tantas coisas saborosas. Então conheçam agora, meus filhos, esses outros bons estrangeiros, cujo trabalhos embalaram milhões de corações Brasileiros”. Raimundo aperta a tecla do gravador e começa-se a ouvir a voz de Nat King Cole cantando “Perfídia”, em espanhol, e depois Ray Conniff tocando “aquelles Ojos Verdes”. Durante as duas musicas, Dona Josefa e Raimundo, sentados na cama, completamente extasiados, Ficam sacudindo o corpo com os braços posicionados como se estivessem dançando num grande salão de festa. Ivanhoé e Josiel, em pé, junto ap radio gravador, apreciam as melodias como se estivessem escutando musicas adolescentes de agora. Bom, quanto às melodias acabam de tocar, Raimundo apanha outra fita e diz: “agora meus filhos, vocês vão conhecer, os trabalhos de brasileiros maravilhosos, nascidos ou criados aqui, que cantaram esse pais para o mundo, provando que nos também temos talentos para dar e vender”. Raimundo a seguir coloca a fita, aperta a tecla, e começa-se então a ouvir Luiz Gonzaga Cantando “ que Nem Jiló”.
A festa no quarto ai em geral, com todos quarto dançando baião, obviamente com Raimundo e Dona Josefa ensinando os passos para Ivanhoé e Josiel. Depois de Luiz Gonzaga ouve-se Carmem Miranda Reis e os Diabos do Céu cantado “chegou a Hora da Fogueira”. Todos então mostram os seus dotes de dançarinos, com Dona Josefa, inclusive, imitando Carmen Miranda. No finalzinho da musica os quatro deixam o quarto dançando em forma de quadrilha junina, com Dona Josefa ainda gritando assim: “ Vamos que gente.Viva o talento Brasileiro”. Fecha-se a cortina.


Cenário 3: Numa sala de aula aparecem somente a professora livrinha( mulher cheia de ternura, igualzinho uma santa) e Ivanhoé – Ele de uniforme completa de escola publica – deduzinho-se os dois ficaram ali após o termino da aula, para que a professora pudesse testar e ao mesmo tempo aprimorar os conhecimentos de Ivanhoé sobre literatura brasileira, já que a mestra, nos estudos, havia adotado o garoto que, inclusive, a chamava da vó, ou seja, sua terceira avó.

A professora Livrinha começa falando assim: “pois é Ivanhoé a tua avó Josefa te matriculou aqui para isso mesmo. Para aprenderes tudo que um garoto da tua idade precisa saber sobre o Brasil”. E Ivanhoé então responde: “Olha vó, eu já aprendir muito coisa que já me ensinou mexer no computador, me falou da Xuxa, me levou ao shopping, me cantou a historia do sitio do Pica pau amarelo de Monteiro Laboto e ainda me deu esse poema de presente”. Progressora Livrinha “È Ivanhoé: que poema é esse”? E Ivanhoé responde: “O Josiel disse que é aquele que mostra o quanto é mesmo legal a gente nascer brasileiro. Eu vou ler para homenagear as minhas quatro avós.


“Quatro”? Pergunta a professora Livrinha. “Sim, quatro”, responde Ivanhoé, que Prossegue: Avó Eufrosina, lá do interior, que é a minha primeira vó; A vó Josefa, que é a minha segunda avó; A senhora, professora, que é a minha terceira vó; E novamente a vó Eufrosina, que será a minha quarta vó, quando eu for Doutor e puder lhe dar todo o conforto e deixa-la assim”... (neste momento adentra na sala de aula Dona Eufrosina, bonita, eleganterrima, completamente diferente daquela mulher sofrida do inicio da nossa historia), seguinda de Dona Josefa, seu Raimundo – como seu inseparável Radio gravador - e Josiel. Ivanhoé, então, de pé, volta-se em direção a platéia, mostra o papel e diz: “ È a canção do Exílio, do grande Gonçalves Dias”, e começa a ler em voz Bastante alta.Quase ao mesmo tempo, seu Raimundo , mais uma vez coloca uma fita cassete no gravador e começa-se então a ouvir Gal costa cantando “aquarela do Brasil”, com fundo musical do poema que esta sendo declamado por Ivanhoé. Também quase ao mesmo tempo, dona eufrosina, dona Josefa, seu Raimundo, Josiel e a Professora Livrinha – de pé e de mãos dadas – formam uma fila atrás de Ivanhoé , balançando o corpo, felizes, ao som do hino do também grande Ary Barroso. Fecha-se a cortina.



Fim.





REALIZAÇÃO: JOSÉ AIRAM
MÚSICA E LITERATURA

ENDEREÇO: RUA SIQUEIRA MENDES, 1687.



OBRA: “IVANHOÉ E SUAS QUATRO AVÓS”

OUTRAS OBRAS:

“PALAVRAS DO CORAÇÃO”
“MÃE, O SIMBOLO DO AMOR”

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